Pinceladas
O Menino das Estrelas
Acróstico Romero Britto
R odovia de sonhos e encantos
o nde as cores se encontram
m undo adentro, bailando
e m espírito de arte, traçando
r imas repletas com pincéis
o rgia do azul, amarelo e vermelho
B rasil, essência do teu berço que alçastes
r asgando o mundo em sorrisos coloridos
i nstigando o cego, deliciando Deus e o menino
t odos deslumbrados por tua alma em devaneios
t raduzindo a dura realidade em deliciosa esperança
o usadia de um mestre com generosidade tão humana
do amigo,
Fernando Guimarães
Quem?
o que estaria a nos esperar?
Quem beijaria
a outra face do luar?
Quem me reconheceria
bem no fundo do olhar?
Quem seu sorriso estamparia
em meu cálice de cristal?
Quem surpreenderia-me
por em um dia cálido,
perceber-me muito
além do bem e do mal?
Fernando Guimarães
Do Fora Collor ao Fora Sarney
Em 1992 estive na Capa da Veja SP (quinto da esquerda para direita) entitulada "As Feras da Paulista. Quem são os estudantes que lideram as manifestações" matéria que destacou as principais lideranças do Movimento Caras Pintadas. 17 anos depois voltamos a Veja para dar nossa opinião sobre a crise no Senado.
Lagar
Tão humana e bela atriz
Tu que fazes arte por amor
Tens no ventre d'alma sua dor
Mas não te ressintas com os tolos
Eles definitivamente não são o teu mar
Fazes do palco sua arena romana
Pois ali reside sua força arrebatadora
Ó menina Cléo de Páris, sua tristeza
É de inverossímil generosidade
Mas é da natureza dos bons tragos
Ficar reservado para as boas visitas
Deixemos aos tolos, aos que se furtaram de ti,
A embriaguês dos mais reles vinhos
Sua arte tem intensa platéia, senta-se a ela Baco
Todos sorvem a ti em sussurros de encantamento
Regados e deliciados com o vinho pisado pelos teus pés
O palco é o seu lagar, é sua arena, é a mesa da sua vida!
Os lenços brancos como o costume romano,
Pedem por tua clemência aos ausentes e aos vis
Pois não te preocupes: temos nossas taças bem servidas
Para brindar e aplaudir o teatro de tão humana e bela atriz
Fernando Guimarães
Virada Esportiva
Durante a virada, nada de carros nas ruas em que houver atividades, afinal não queremos atletas respirando cheiro de gasolina. O grande lance é caminhar. Para garantir acessibilidade serviço de taxi com adaptação para necessidades especiais. E que tal se a catraca das estações do centro da cidade fossem liberadas? O políciamento ao invés de fazer ronda, deve estar ao longo dos trajetos entre o metrô e os eventos (mais sensação de segurança e eficácia).
Agora tudo isso, no meu entendimento, deve ser feito sem esquecer que a parte mais importante da Virada Esportiva não é a que vai se realizar no centro, mas sim, a que pode articular todos os espaços esportivos da cidade, todos os profissionais de esporte, em uma grande mobilização pelo esporte. Vencer desafios, mostrar que é possivel essa prática mesmo nos pontos mais inóspitos da cidade. Um mapa vivo do esporte paulistano. É preciso que a secretaria de esportes, mais do que realizar eventos esportivos, seja capaz de fazer com que os espaços de esporte realizem seus próprios eventos que terão como contrapartida sua inclusão no portal da virada e nos mapas de divulgação. O papel dos supervisores de esporte e dos subprefeitos nessa tarefa é de imensa relevância.
Por fim acho que a Virada Esportiva deve abarcar ainda o conceito de esporte como entretenimento ou seja, oferecer a população espetáculos e eventos esportivos onde ela possa interagir apenas como espectadora. Nesse sentido, poderíamos organizar a apresentação de atletas olímpicos, o que além de difundir ínumeras modalidades, atrairiam a curiosidade do público. Outra coisa interessante seria mobilizar veteranos do esporte nacional. Que tal o início da Virada Cultural ser dado com uma jornada nas estrelas do Bernard?
Transparência e Democracia
DIA DOS NAMORADOS
e das lembranças de minha infância
Dos beijos sonhados
que ainda comigo trago guardados
Hoje é dia dos namorados
das lembranças da juventude
Dos amores que um dia me dei
e de toda poesia que nunca me furtei
Hoje é dia dos namorados
e das lembranças da boemia
Dos beijos beijados, roubados
e da vida que deveras provei
Hoje é dia dos namorados
e das lembranças de quando o fui
Dos sentimentos vividos
e do homem que em mim forjei
Hoje é dia de tudo que diz no meu peito
como a suave e alegre presença
Desta mulher tão única
que hoje tem as cores do meu coração.
Fernando Guimarães
Quero Ser
Moça da Goiaba
o que em ti de melhor e não se acaba
Pois uma tão irresistível goiaba, sei que tens
Mas diga-me, se com teu gosto de moça vem?
Sorrindo marota, olhar provocante, se faz dengosa
Entregas-me in natura, uma molhada outra fogosa
Desaba sobre mim tua fruta-carne madura
Ai dessa tão humana sacro-profana criatura!
Você tão intensa, sedutora e generosa
Mas ela, a fruta, como se faz saborosa!
Dessa goiaba vermelha, se apraz o amor em fartura
Da sua volúpia fazem-se centelhas da Deusa Loucura
Moça da Goiaba que em mim delira e encanta
pelos desvios do caminho que levam à Santa
Dá-me prazerosa, à boca, sua goiabada caseira
O teu íntimo milagre, o teu pecado de romeira
Das distâncias entre o céu e a terra
Mensagem Natalina
Quero me unir a você nesse espírito, nessa reflexão para que juntos possamos continuar contribuindo para um mundo mais humano, justo, democrático e ambientalmente responsável.
Quero ainda desejar-te um 2008 repleto de vida. Um ano com todas as cores e tons, poesias e sons. Um ano de alegrias e conquistas.
São os votos do amigo Fernando Guimarães.
Gosto de Cereja
Gosto de cereja
ao pé do sereno
onde a matriz dos sentidos
é d' alma quixotesca
Esta incessante
límpida da fonte
que chora...
aos que tombaram em dúvida
Enquanto o neon vermelho recorta a lua
como fossem os teus lábios frente aos meus
sempre mais insólitos
Então me resta a madrugada mais cortante
embalando no seu berço sem proteção
seus varridos loucos e apaixonados...
simpáticos vagolins e utópicos passistas
Uma espécie de segredo
Sexta Vez
Caldeirão das Artes no Museu da Casa Brasileira
Biquini
da Praia de Pucon a beleza chilena
diante de mim e a sua pele morena
o rosa esconde a loucura
toda cor você traz ao meu olhar
a areia te quer nua, eu sei
tua pele a minha quer rimar
e a este querer não me oporei
Estamos deliciados em um lago
O rosa é prá desvendar, no raso
A areia tem as pegadas que deixei
Nas águas frias, a morena que sonhei
O rosa da rosa que eu fui roubar
No teu encanto essa noite me exilei
Mas para em breve despertar como rei
Deixa-me então sorrir em meu sonhar
Fernando Guimarães
Civilização do Amor
O contraponto entre o materialismo e a nossa transcendência.
Um questionamento de origem.
Não estaríamos inutilmente, buscando no consumismo egoísta, suprir uma carência que não é material, mas sim de afeto?
Não estaríamos nos apequenando, condenando a liberdade da nossa alma, ao aceitar esse modelo esgotado de sociedade onde o dinheiro é uma religião?
Há de surgir cedo ou tarde, seja por consciência ou necessidade, a civilização do amor.
Um mundo de fraternidade, de reconhecimento do valor da pessoa humana e, de maneira concreta, de todos os homens e mulheres.
Um mundo de paz, de relações desarmadas, de justiça e poesia.
Nos cabe a generosidade de construir esse mundo, afinal a história não está feita, ela está sendo feita.
Fernando Guimarães
A alegria dela
Possibilidades
do prazer
sem acontecer
a dor
vence o prazo
no alvorecer
sem perceber
a flor
vence o prazo
do prazer
sem perceber
a dor
vence o prazo
no alvorecer
sem acontecer
a flor
Nascer
de prazer
e morrer
de dor
nascer
da dor
e morrer
de prazer
o prazer
da flor
é desprezar
a dor
o prazer
da flor
é morrer
de amor
Prazer de doer
pra melhor dizer
não é desprazer
é morrer de amor
o desprazer
pra melhor dizer
não é sobreviver
é desprezar o amor
o desprazer
é o amor em gotas
tantas vezes morrer
pra sobreviver no raso
prazer de doer
é à vista viver
porque se arrepender
se paga à prazo
Prazer em gotas
é balé remixado
ninguém prá assistir
ingressos esgotados
prazer em gotas
é cafuné engessado
não dá prá dormir
de tão desengonçado
prazer é jorro
não é fazer jogo
alma lançada ao fogo
lança de fogo no forro
prazer é mais que querer
de corpo e alma
pro prazer é preciso calma
de se perceber
Amor não tem prazo
o prazer está condenado
todo amor é insuperado
chega a hora da saudade sem fim
amor não tem prazo
prazer tem começo e fim
a vida é o suposto amor gerado do gozo
na flor do bosque e entre um e outro rim
vence o prazo
do prazer
vai sobreviver
o amor
o prazer do poeta
é rimar sem disfarçe
possibilidades de face a face
amor, alegria, melancolia e dor
Fernando Guimarães
Para recitar
trazendo desejos em palavras
se quem mais desejo é poesia
que não me deixa recitar?
Fernando Guimarães
Sapatinho
Quarenta e cinco rotações
Quarenta e cinco rotações
Na vitrola tocando
Desde quando tudo começou
Eu girei prá esquerda e você prá direita
Até que um dia nos reencontramos
Agora um caminho de surpresas e sensações
Poeta e poesia, somos um só entre olhares
E esse amor revela que toda uma vida é um instante
Fernando Guimarães
Corpo ao meu
De tanto desejo não sigo impunemente
Sentimentos que não estou acostumado
E se isso de tão sublime tanto nos assusta
Fernando Guimarães
Eterna
Sininho
Das coisas do amor e seus riscos
Fernando Guimarães
No cuco cego de um relógio sem ponteiros
Não convidemos o tempo
Ele tampouco há tempo viria
E se viesse, o que de nós faria?
Melhor que ele se perca
Em seus mares de ansiedade
Antes que nos enlouqueça
No cuco cego de um relógio sem ponteiros
Não convidemos o tempo
Ele tampouco há tempo viria
E se viesse, (ao último grão de areia) nos deixaria
Fernando Guimarães
Silenciosa Menina
Pra chegares assim
E fazeres de mim
Um poeta de ilusão
Eu estava distante
Tão distante de mim
Quando chegastes assim
Silenciosa menina
Fernando Guimarães
Dias que distam
Me consomem a distância
distam os dias da infância
de quem o gostar não some
E distam sem direção
parece que vem de lá
Chegam sem correção
e se lá eu for buscar
de lá não volto eu não
Fernando Guimarães
Saudade das Amoreiras
Os traços do inusitado
em louco devaneio
São doses oblíquas
É a loucura da vida
e dela não se esquiva
É a paixão requintada
e dela não se enfada
É o recanto dos sonhos
desses seres tão risonhos
É a liberdade da alma
de amar com toda calma
É a paixão em cores
dos poetas de Açores
É a tinta do meu coração roubado
são os traços do inusitado
Fernando Guimarães
O que nos faz humanos
As palavras nunca serão suficientes prá traduzir as coisas verdadeiras que sentimos em sua intensidade.
Elas podem nos dar apenas um sentido, mas é justamente a possibilidade de comunicar esse sentido que nos faz humanos.
Fernando Guimarães
Os castelos não falam com Deus
Gritas o desfecho mais previsível
aos pés dessa montanha intangível
Esculpes teu passeio como convém
mas tampouco bailas um vai e vem
Não posso seus versos ouvir recitar
Meus braços tampouco te podem levar
Agora só a lembrança deste sonho belo
Vivendo além das muralhas do seu castelo
Resta-nos o infinito e seus horizontes
estes sempre muito além dos frontes
Fernando Guimarães
Para chegar aos céus
enquanto os Demônios gemiam
Seus corpos deliravam
enquanto os lábios consumiam
As almas se lançam ao inferno
para chegar aos céus
Fernando Guimarães
A Flor do Pessegueiro
Shadia
hoje tua lindeza flutua-me em delírio
a manhã conservada em sonho serás senão
desses que não se tem em vão
incitado em tua morena revolução
ao piscar dos meus és a paixão
Fernando Guimarães
Concurso Literário
Fernando Guimarães
Primeiro lugar no Concurso Literário promovido pelo Shopping Center Eldorado para o Dia dos Namorados em 2005
(regulamento: declaração de amor em até trinta palavras / premiação: um ano de plano integral na Fórmula Academia)
Sobre o vôo da borboleta
Menina Boleira
Menina boleira
sei que não tivestes a intenção
de deixar minha alma em zoeira
nem balançar a rede do meu coração
Sei que sou só um gândula
e escrever-te assim é muita pretensão
mas não sou de fazer firula
com tão louca sensação
Se eu não fosse gândula
gostaria de ser poeta como Quintana
prá dizer-te sem censura
tua lindeza é doidivana!
Fernando Guimarães
A Mocinha e o Bandido
Um louco devaneio
no veraneio da alma
A mocinha na varanda
O bandido na calçada
Ela parece tão inocente...
Enquanto ele se entrega
com seu coração sequestrado
Fernando Guimarães
As Mulheres...
A Música do Besourinho
Eu sou o besourinho
e eu também posso voar
mas quem me viu em repouso
não podia acreditar
Só que eu sou muito maroto
e gosto mesmo é de brincar
meu corpo é vantajoso
mas não me impede de sonhar
Eu sou o besourinho
e eu também posso voar
mas quem me viu em repouso
não podia acreditar
Só que eu sou muito maroto
e gosto mesmo é de brincar
meu corpo é vantajoso
mas não me impede de sonhar
Letra: Fernando Guimarães /Música: Luís Alberto
A música da Joaninha
Fernando Guimarães e Tom Zé no Caldeirão das Artes
Eu gosto de falar no seu ouvido
porque você é quem me tira os pés do chão
Você é o meu sorriso
meu bichinho pintadinho
Você é quem me tira os pés do chão
Você é o meu sorriso
menininha tão sozinha
Você é quem me tira os pés do chão
Sol, sol, sol
vem brilhar prá mim
vem secar a chuvinha
que caiu perto de mim
Sol, sol, sol
seja sempre assim
porque você é a princesa
do meu reino de capim
Eu gosto de falar no seu ouvido
porque você também tira os meus pés do chão
Você é o meu sorriso
meu bichinho pintadinho
Você é quem me tira os pés do chão
Você é o meu sorriso
joaninha coitadinha
você é quem me tira os pés do chão
Sou, sou, sou
sou a joaninha
uso um pijama
um pijama de bolinha
Sou, sou, sou
do tamanho de um dedão
caibo, caibo, caibo
dentro do seu coração
Letra de Fernando Guimarães e Armindo Akira
Música de Armindo Akira
Jingle da Campanha Fernando Guimarães Vereador
A Música da Abelhinha
Eu sou a abelhinha
que vai pousar na sua flor
e vai soprar no seu ouvido
um beijinho de licor
Eu sou a abelhinha
que vai pousar na sua flor
e vai soprar no seu ouvido
um beijinho de licor
Voa abelhinha,
abelhinha voa
voa, voa, sem parar
Voa abelhinha, abelhinha voa
e manda um beijo prá Zazá
Letra e Melodia: Fernando Guimarães e Armindo Akira / Música: Armindo Akira
Marcelo Nova e Fernando Guimarães no Mackenzie
Deusa Insensata
Era deusa insensata...
Doida dança tão inata
Toda solta ela giras e assanha
se atira e me infarta
Fernando Guimarães
Fuligens de Amor
Supersônicas naves aportam em ilhas humanas
Mirabolantes humanóides derretem no verão
Fuligens de amor
ressucitam alucinadas
em cabanas de miragem e sufoco
Supersônicas naves partem
levando poéticos
de ilusão
E sempre resta alguma dor
mas nossa alma persiste fadada
e sobrevive pouco a pouco
em devaneios roucos
e proféticos
que rimam com o nosso pobre coração
Fernando Guimarães
Loucamaleoa
Quando tua menina-flor
Minha alma ora
Em cor loucamaleoa
E tua dança em mim ecoa
Comungo teus seios
Com o sangue das amoras
Estas pequeninas que me remetem a meda
Onde na infância por vezes tantas me lambuzei
Envolto na névoa do prado
Em cordas de fado
onde sem conhecer-te contigo sonhei
Fernando Guimarães
Pronto pro suicídio
Beijo de Lichia
Retalho
é o não classificado de um belo vestido
Retalho rebeldia
que as indulgências contraria
em linhas tecidas do inusitado
Fernando Guimarães
Lírios Vermelhos
O Palhaço Cego
que contava borboletas
Por certo não precisava vê-las...
Elas encantadas com sua alegria
pousavam felizes sobre o seu nariz
Fernando Guimarães
São Sempre as Mesmas Nuvens
Amor a nossa Maneira
Como navegar por teus mistérios?
Sob o sopro alienista?
Em margens doidivanas?
Por certo o destino é ingreme.
Deveras!
Estamos em rota de versos rasgados...
Então, o que há de nos redimir
de quaisquer pecados?
Nada tão sofisticado...
Que tal o luar?
Amor a nossa maneira...
Com goiabada caseira!
Fernando Guimarães
Colher de Pau na Mão
e ali estava ela!
Com os seios nus
colher de pau na mão
uma curta saia amarela
e o aroma prazeroso
da ambrosia na panela
Fernando Guimarães
Transe e Solidão
desgasto o carvão
em passos cerzidos
de transe e solidão
Fernando Guimarães
O Brilho das Estrelas que Partiram
será a mesma que irá despertar?
Sinto tuas garras cravadas
no rastro de um cometa
e morro nos teus olhos
que ainda preservam
o brilho das estrelas que partiram
Fernando Guimarães
Febre de Cores
com seu olhar de felina ferida
conservando meu coração em teu lago congelado
Conhecer o outro
Soa o sino sempre às seis
Fernando Guimarães na Faculdade Oswaldo Cruz
Viajante Obstinado
aos sonhos fadado
viajante obstinado
a procura de um amor
não relutante
E por tal não hei de padecer
mas sentir-me recompensado
por não ter a alma findado
mas intensa de ardor incessante
Fernando Guimarães
Ancorada em Nuvens
onde sua alma sonhei em vinha
e a sede fui eu
Chovia ao céu
e os teus olhos me abrigavam
em jardim além da meia-noite
Então eu sentia sua pele sem tocá-la
e já bebia a sua canção
diante do seu sorriso
que me entorpecia como vocação
A noite se ancorava em nuvens
onde sua alma sonhei em vinha
e a sede fui eu
Quando menos esperava
quando até mesmo
desprovido de cores estava
e só me restavam seus mistérios impiedosos
apenas capazes de me oferecer
o tudo ou o nada!
Então me perdi em seus tons
colei-me ao teu vivo retrato
onde sua magia estava nua
e a eternidade podia bailar em mim
Diante da noite em nuvens ancorada
esta que pertence aos náufragos...
fechei os olhos e mergulhei,da proa em ti
Com um beijo que se fada ao infinito
e assim encontrei meu próprio tempo
onde o destino se compõe em pétalas
que se antecipam as nossas pegadas
E a sede fui eu...
Fernando Guimarães
Quase Incontrolável
mas sim prisma
que cega e imprime
com ousadia e sina
aos que tocados pelo inimaginável
se rendem como eu
por sua lindeza inata
quase incontrolável
Fernando Guimarães
Lápis de cor
São sete olhares
O primeiro olhar é o da surpresa
O segundo o do encanto
O terceiro é puro desejo
O quarto quer conquistar
O quinto é quando acontece
O sexto descobre o sentimento
O sétimo revela o que somos
E é justamente esse que se torna inesquecível
quando somos saudades
Fernando Guimarães