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    O Menino das Estrelas

    O Menino das Estrelas

    Acróstico Romero Britto



    R odovia de sonhos e encantos
    o nde as cores se encontram
    m undo adentro, bailando
    e m espírito de arte, traçando
    r imas repletas com pincéis
    o rgia do azul, amarelo e vermelho

    B rasil, essência do teu berço que alçastes
    r asgando o mundo em sorrisos coloridos
    i nstigando o cego, deliciando Deus e o menino
    t odos deslumbrados por tua alma em devaneios
    t raduzindo a dura realidade em deliciosa esperança
    o usadia de um mestre com generosidade tão humana

    do amigo,

    Fernando Guimarães

    Quem?

    Quem saberia
    o que estaria a nos esperar?

    Quem beijaria
    a outra face do luar?

    Quem me reconheceria
    bem no fundo do olhar?

    Quem seu sorriso estamparia
    em meu cálice de cristal?

    Quem surpreenderia-me
    por em um dia cálido,
    perceber-me muito
    além do bem e do mal?

    Fernando Guimarães

    Do Fora Collor ao Fora Sarney






    Em 1992 estive na Capa da Veja SP (quinto da esquerda para direita) entitulada "As Feras da Paulista. Quem são os estudantes que lideram as manifestações" matéria que destacou as principais lideranças do Movimento Caras Pintadas. 17 anos depois voltamos a Veja para dar nossa opinião sobre a crise no Senado.





    Lagar

    Ó menina Cléo de Páris
    Tão humana e bela atriz

    Tu que fazes arte por amor
    Tens no ventre d'alma sua dor

    Mas não te ressintas com os tolos
    Eles definitivamente não são o teu mar

    Fazes do palco sua arena romana
    Pois ali reside sua força arrebatadora

    Ó menina Cléo de Páris, sua tristeza
    É de inverossímil generosidade

    Mas é da natureza dos bons tragos
    Ficar reservado para as boas visitas

    Deixemos aos tolos, aos que se furtaram de ti,
    A embriaguês dos mais reles vinhos

    Sua arte tem intensa platéia, senta-se a ela Baco
    Todos sorvem a ti em sussurros de encantamento

    Regados e deliciados com o vinho pisado pelos teus pés
    O palco é o seu lagar, é sua arena, é a mesa da sua vida!

    Os lenços brancos como o costume romano,
    Pedem por tua clemência aos ausentes e aos vis

    Pois não te preocupes: temos nossas taças bem servidas
    Para brindar e aplaudir o teatro de tão humana e bela atriz

    Fernando Guimarães

    Os Problemas de Carlinhos



    Ilustração JJ Marreiro
    por Gian Danton/Ivan Carlo

    Virada Esportiva

    A concentração de atividades da Virada Esportiva no Centro Histórico dará o efeito desejado de grande evento, um atrativo passeio por essa região que deveria ser efetivamente turística. Preparar um programa esportivo para o centro, será um desafio e tanto. É preciso uma espécie de curadoria para harmonizar as atividades com os cenários da cidade. Diria ainda que as atividades não devam se limitar ao esporte em si. Vamos lembrar do lazer. Diria mais, integrar o passeio com visitações aos espaços culturais da região. Que tal um mapa das atividades onde estejam indicados os monumentos? Uma corrida integrada a esses monumentos. À noite nada melhor do que aproveitar os cartões postais iluminados da cidade. Uma idéia: fornecer aos participantes um passaporte (uma cartela), onde a cada local ou evento ele recebe um carimbo. Vale como recordação, mas pode ainda servir de premiação para quem completá-la (que tal uma medalha ou um ingresso para uma atividade ou espetáculo esportivo mais exclusivo, que venha ocorrer alguns dias depois da virada?).

    Durante a virada, nada de carros nas ruas em que houver atividades, afinal não queremos atletas respirando cheiro de gasolina. O grande lance é caminhar. Para garantir acessibilidade serviço de taxi com adaptação para necessidades especiais. E que tal se a catraca das estações do centro da cidade fossem liberadas? O políciamento ao invés de fazer ronda, deve estar ao longo dos trajetos entre o metrô e os eventos (mais sensação de segurança e eficácia).

    Agora tudo isso, no meu entendimento, deve ser feito sem esquecer que a parte mais importante da Virada Esportiva não é a que vai se realizar no centro, mas sim, a que pode articular todos os espaços esportivos da cidade, todos os profissionais de esporte, em uma grande mobilização pelo esporte. Vencer desafios, mostrar que é possivel essa prática mesmo nos pontos mais inóspitos da cidade. Um mapa vivo do esporte paulistano. É preciso que a secretaria de esportes, mais do que realizar eventos esportivos, seja capaz de fazer com que os espaços de esporte realizem seus próprios eventos que terão como contrapartida sua inclusão no portal da virada e nos mapas de divulgação. O papel dos supervisores de esporte e dos subprefeitos nessa tarefa é de imensa relevância.

    Por fim acho que a Virada Esportiva deve abarcar ainda o conceito de esporte como entretenimento ou seja, oferecer a população espetáculos e eventos esportivos onde ela possa interagir apenas como espectadora. Nesse sentido, poderíamos organizar a apresentação de atletas olímpicos, o que além de difundir ínumeras modalidades, atrairiam a curiosidade do público. Outra coisa interessante seria mobilizar veteranos do esporte nacional. Que tal o início da Virada Cultural ser dado com uma jornada nas estrelas do Bernard?

    Transparência e Democracia

    Tenho sempre em mente, como uma espécie de desafio, que se fosse possível representar a democracia em sete níveis graduais, não estaríamos além do primeiro. No entanto, as medidas de transparência adotas pela prefeitura de São Paulo, seguramente já seriam ferramentas do segundo nível de democracia. Diga-se de passagem, já adotada em muitos países europeus. Desejo que essas iniciativas se propaguem. Franco Montoro, figura maior da história política brasileira, que no próximo dia 16 de julho irá comemorar 10 anos de sua plena transcendência, dizia repetidas vezes: "Mais difícil que derrubar a ditadura será a tarefa de erguer a democracia".

    DIA DOS NAMORADOS

    Hoje é dia dos namorados
    e das lembranças de minha infância
    Dos beijos sonhados
    que ainda comigo trago guardados

    Hoje é dia dos namorados
    das lembranças da juventude
    Dos amores que um dia me dei
    e de toda poesia que nunca me furtei

    Hoje é dia dos namorados
    e das lembranças da boemia
    Dos beijos beijados, roubados
    e da vida que deveras provei

    Hoje é dia dos namorados
    e das lembranças de quando o fui
    Dos sentimentos vividos
    e do homem que em mim forjei

    Hoje é dia de tudo que diz no meu peito
    como a suave e alegre presença
    Desta mulher tão única
    que hoje tem as cores do meu coração.

    Fernando Guimarães

    Quero Ser

    Quero ser, singrar e sangrar

    Quero viver até morrer

    Quero me reconhecer

    Quero a rosa e o espinho...

    Deixo as pétalas pra você

    Fernando Guimarães

    Solstício em bééé

    O sol
    reflete a cabra



    O Sol
    a cabra-cega

    Fernando Guimarães

    Moça da Goiaba





    Dá-me, formosa Moça da Goiaba
    o que em ti de melhor e não se acaba

    Pois uma tão irresistível goiaba, sei que tens
    Mas diga-me, se com teu gosto de moça vem?


    Sorrindo marota, olhar provocante, se faz dengosa
    Entregas-me in natura, uma molhada outra fogosa

    Desaba sobre mim tua fruta-carne madura
    Ai dessa tão humana sacro-profana criatura!

    Você tão intensa, sedutora e generosa
    Mas ela, a fruta, como se faz saborosa!

    Dessa goiaba vermelha, se apraz o amor em fartura
    Da sua volúpia fazem-se centelhas da Deusa Loucura


    Moça da Goiaba que em mim delira e encanta
    pelos desvios do caminho que levam à Santa

    Dá-me prazerosa, à boca, sua goiabada caseira
    O teu íntimo milagre, o teu pecado de romeira



    Fernando Guimarães


    (Poesia inspirada no personagem "Moça da Goiaba" do espetáculo "Minha Nossa" de Carlos Alberto Soffredini, em cartaz no Espaço Satyros II)

    Das distâncias entre o céu e a terra



    Quando a distância entre os pés e o chão é a mesma que separa a mente do coração,
    ou você está flutuando
    ou a distância entre o céu e as mãos será a mesma que separa a alma da vida.

    Fernando Guimarães



    Mensagem Natalina

    Cá estamos ás vésperas do Natal, data repleta de alegria, tempo de comemorar o nascimento de Cristo, momento de confraternização onde as pessoas se aproximam, aquecem os corações e sonham juntas. Essas são as características da Fraternidade e talvez nela resida a esperança do mundo, especialmente para aqueles que “farta” a ceia.

    Quero me unir a você nesse espírito, nessa reflexão para que juntos possamos continuar contribuindo para um mundo mais humano, justo, democrático e ambientalmente responsável.

    Quero ainda desejar-te um 2008 repleto de vida. Um ano com todas as cores e tons, poesias e sons. Um ano de alegrias e conquistas.

    São os votos do amigo Fernando Guimarães.

    O que se permite ver em uma bailarina

    Gosto de Cereja




    Gosto de cereja
    ao pé do sereno
    onde a matriz dos sentidos
    é d' alma quixotesca

    Esta incessante
    límpida da fonte
    que chora...
    aos que tombaram em dúvida

    Enquanto o neon vermelho recorta a lua
    como fossem os teus lábios frente aos meus

    Ah! Como distam meus desejos
    sempre mais insólitos

    Então me resta a madrugada mais cortante
    embalando no seu berço sem proteção
    seus varridos loucos e apaixonados...
    simpáticos vagolins e utópicos passistas

    Fernando Guimarães

    Uma espécie de segredo




    Alucinada corria pelo asfalto da madrugada.

    Percebia a paisagem se desmanchando.

    Seus pensamentos em revoada.

    Trazia consigo à mão, um relógio de bolso aparentemente quebrado, mas de reluzido dourado e um pincel.

    E corria, mas como corria, pela rua enluarada.

    Sua pressa parecia justificada, pois todas perspectivas sucumbiam, bilhões de anos atravessavam os minutos, exceção notada do horizonte.

    Pois era nesse sentido que corria e corria.

    Freneticamente, sem alterar o ritmo.

    Ás vezes parecia que iria rasgar o véu do horizonte.

    Não, não...

    Ela apenas queria chegar a tempo de presenciar o sol nascer.

    E corria muito, sem nunca ousar olhar pra trás, sabia que por onde passava nada restava.

    Mas não parava de correr, isso nem pensar.

    Se parasse abrir-se-ia um abismo, seria tragada.

    Eis então que Ela, já enfim, aonde o cimento não chegara, debruçou-se entre dois montes.

    Foi quando o sol começou a despontar, quase imperceptível.

    Trazia consigo uma única lágrima que sequer evaporou-se.

    A lágrima da melancolia por vezes chega sozinha.

    E melancolia é uma tristeza sábia, pois aceita a dor do momento, se recorda e agradece os tempos felizes, e o mais importante: traz consigo a esperança de um novo tempo.

    O que se passava por ora eu não sabia.

    Tudo me parecia sublimemente misterioso.

    Mas arrisco jurar que presenciei o inexplicável, naquele dia o Sol nasceu sem cor alguma, sequer brilho trazia, era visivelmente não mais que as linhas que traçavam seu contorno.

    Foi então que Ela tranqüilamente soltou alguns parafusos e desmontou o relógio de bolso que trazia.

    E quem diria...

    Ao invés das engrenagens que esses relógios possuem em sua barriga, Ela encontrou ali pedrinhas de tinta guache.

    Não mostrou surpresa alguma (e por isso desconfiei que havia uma espécie de segredo entre o Sol e Ela), molhou o pincel na lágrima da melancoesperança que ainda escorria pelo rosto do Sol (as lágrimas da melancoesperança escorrem vagarosamente) e em seguida o esfregou nas pedrinhas de guache para colorir o Sol e fazer raiar o dia.


    Fernando Guimarães

    Sexta Vez


    Sexta Vez
    Suave Vens

    Sonhos Vão
    Suspirar Você

    Sexta Vez
    Secreta Visita

    Subi Voei
    Sândices Vênus

    Sexta Vez
    Sereno Velejo

    Sutíl Verão
    Sua Volúpia

    Sexta Vez
    Sensual Visão

    Semente Voraz
    Saborosos Versos

    Fernando Guimarães

    Caldeirão das Artes no Museu da Casa Brasileira



    O então Secretário Adjunto de Cultura do Estado Sérgio Barbour e Fernando Guimarães apresentando o Caldeirão das Artes no Museu da Casa Brasileira

    Biquini

    Viver aventuras, na areia escura
    da Praia de Pucon a beleza chilena
    diante de mim e a sua pele morena
    o rosa esconde a loucura

    toda cor você traz ao meu olhar
    a areia te quer nua, eu sei
    tua pele a minha quer rimar
    e a este querer não me oporei

    Estamos deliciados em um lago
    O rosa é prá desvendar, no raso
    A areia tem as pegadas que deixei
    Nas águas frias, a morena que sonhei

    O rosa da rosa que eu fui roubar
    No teu encanto essa noite me exilei
    Mas para em breve despertar como rei
    Deixa-me então sorrir em meu sonhar

    Fernando Guimarães

    Civilização do Amor

    Nos desperta a reflexão da nossa condição humana.
    O contraponto entre o materialismo e a nossa transcendência.
    Um questionamento de origem.

    Não estaríamos inutilmente, buscando no consumismo egoísta, suprir uma carência que não é material, mas sim de afeto?
    Não estaríamos nos apequenando, condenando a liberdade da nossa alma, ao aceitar esse modelo esgotado de sociedade onde o dinheiro é uma religião?

    Há de surgir cedo ou tarde, seja por consciência ou necessidade, a civilização do amor.
    Um mundo de fraternidade, de reconhecimento do valor da pessoa humana e, de maneira concreta, de todos os homens e mulheres.

    Um mundo de paz, de relações desarmadas, de justiça e poesia.
    Nos cabe a generosidade de construir esse mundo, afinal a história não está feita, ela está sendo feita.

    Fernando Guimarães

    A alegria dela



    A alegria dela, uma coisa tão só assim
    serena, desliza suave, se torna intensa,
    tem paixão de piano, desejo de bandolim,
    um pouco de melancolia e pouco de festim

    Fernando Guimarães

    Possibilidades

    Vence o prazo
    do prazer
    sem acontecer
    a dor

    vence o prazo
    no alvorecer
    sem perceber
    a flor

    vence o prazo
    do prazer
    sem perceber
    a dor

    vence o prazo
    no alvorecer
    sem acontecer
    a flor

    Nascer
    de prazer
    e morrer
    de dor

    nascer
    da dor
    e morrer
    de prazer

    o prazer
    da flor
    é desprezar
    a dor

    o prazer
    da flor
    é morrer
    de amor

    Prazer de doer
    pra melhor dizer
    não é desprazer
    é morrer de amor

    o desprazer
    pra melhor dizer
    não é sobreviver
    é desprezar o amor

    o desprazer
    é o amor em gotas
    tantas vezes morrer
    pra sobreviver no raso

    prazer de doer
    é à vista viver
    porque se arrepender
    se paga à prazo

    Prazer em gotas
    é balé remixado
    ninguém prá assistir
    ingressos esgotados

    prazer em gotas
    é cafuné engessado
    não dá prá dormir
    de tão desengonçado

    prazer é jorro
    não é fazer jogo
    alma lançada ao fogo
    lança de fogo no forro

    prazer é mais que querer
    de corpo e alma
    pro prazer é preciso calma
    de se perceber

    Amor não tem prazo
    o prazer está condenado
    todo amor é insuperado
    chega a hora da saudade sem fim

    amor não tem prazo
    prazer tem começo e fim
    a vida é o suposto amor gerado do gozo
    na flor do bosque e entre um e outro rim

    vence o prazo
    do prazer
    vai sobreviver
    o amor

    o prazer do poeta
    é rimar sem disfarçe
    possibilidades de face a face
    amor, alegria, melancolia e dor

    Fernando Guimarães

    Para recitar

    De que vale ser assim poeta
    trazendo desejos em palavras
    se quem mais desejo é poesia
    que não me deixa recitar?

    Fernando Guimarães

    Sapatinho



    Por ti em flor de Sapatinho
    me ofereço como poesia
    no verso mais bonitinho
    da sua serena euforia

    Sapatinho na Janela
    emanam em cálida oração
    Sapatinho em aquarela
    como teus lábios na canção

    Por ti em sapatinho
    me perco na quimera
    no verso mais bonitinho
    o teu olhar assim quisera

    Fernando Guimarães

    Quarenta e cinco rotações



    Quarenta e cinco dias
    Cada dia mais

    Quarenta e cinco rotações
    A agulha e a fagulha

    Na vitrola tocando
    Cada dia mais

    Desde quando tudo começou
    No fim do século passado

    Eu girei prá esquerda e você prá direita
    Cada dia mais

    Até que um dia nos reencontramos
    E Plutão ainda era um planeta

    Agora um caminho de surpresas e sensações
    Cada dia mais

    Poeta e poesia, somos um só entre olhares
    Minhas mãos amam suas mãos

    E esse amor revela que toda uma vida é um instante
    Um novo verso cada dia e cada dia mais

    Fernando Guimarães

    Corpo ao meu



    A noite é assim tão fria em meu castigo
    Não há beleza nela sem estar contigo

    De tanto desejo não sigo impunemente
    Agora que vejo no teu rosto claramente

    Sentimentos que não estou acostumado
    No teu corpo ao meu, amar e ser amado

    E se isso de tão sublime tanto nos assusta
    Deixemos que nossa alma nos conduza

    Fernando Guimarães

    Eterna





    Poderia escrever-te, para sublinhar o devaneio das pétalas da sua face, do seu olhar, mar enluarado, que tanto me interage, ou do gestual sublime e incorrigível, do seu corpo exultante.


    Mas não hei de dedicar, meus versos, para satisfazer-te, do próprio prazer que me permites transportar.


    Não vou escrever sobre a sua fonte de desejo, tomada deliciosamente da malícia, da ironia às vezes machadiana, outras da saborosa crueldade pragmática de Lorde Henry Wotton, propiciando em mim, o prazer insaciável, de viver todas as eras, em uma mulher.


    Tampouco vou dedicar-me ao fetiche sutil, de amar quem desafia o meu imaginário, ao sonho deste poeta, como uma borboleta, que pousa sobre uma estrela, em um leve beijo, para desafiá-la a seguir seu vôo.


    É bem verdade, que você é perfeitamente a mais particular das descobertas, um estado de contemplação.


    Impossível não se perder curiosamente, frente à animalidade da sua alma e a espiritualidade do seu corpo.


    Caso ousasse te escrever, seria para reivindicar-te, não pela posse, que não posso, de qualquer instante seu, mas ao delírio, de fazer de cada instante qualquer, a janela aberta para uma aurora bureau, de intensidade própria, inconfundível, que confunda o real ao irreal.


    Escreveria se pudesse, por tua ousadia, teu risco, teu delírio, por dobrar sua esquina.


    Mas para seu conforto, nada tens a temer, pois tão cedo não te escrevo, uma vez que este a pleiteá-la vive a heresia de não acreditar no tempo.


    Tempo esse que ainda não me permitiu com a graça do destino tomar ciência de conhecê-la.


    Assim tão cedo não te escrevo, pois seria rude de amor tão gentil, dizer-te que ainda não existes.


    Mas um dia te escreverei para que saibas que há muito já havia feito-a eterna em mim.


    Fernando Guimarães



    Nasi, Johnny Boy, Secretário Marcos Mendonça, Mônica Araújo, Sylvinha Araújo, Eduardo Araújo, Marcelo Nova, Walter Franco e sua produtora, Jarbas Mariz e Fernando Guimarães se encontram para conversar sobre o Caldeirão das Artes e outros projetos culturais.





    Sininho


    Performance cênica no Caldeirão das Artes na PUC

    Se sua lindeza soprar
    Ilustrando qualquer mortal
    Natureza vai delirar
    I ncitando corações em vendaval
    Na terra da gente, na terra do nunca
    Havemos de admirar-te
    Ouvindo música no sorriso do seu olhar

    Fernando Guimarães

    Das coisas do amor e seus riscos

    As coisas do amor deixo-as por conta do coração, pois esse é o único capaz de correr todos os riscos necessários e até mesmo os completamente desnecessários, esses evidentemente os mais deliciosos.

    Fernando Guimarães

    No cuco cego de um relógio sem ponteiros




    Não convidemos o tempo
    Ele tampouco há tempo viria
    E se viesse, o que de nós faria?

    Melhor que ele se perca
    Em seus mares de ansiedade
    Antes que nos enlouqueça
    No cuco cego de um relógio sem ponteiros

    Não convidemos o tempo
    Ele tampouco há tempo viria
    E se viesse, (ao último grão de areia) nos deixaria

    Fernando Guimarães

    Silenciosa Menina

    Não te dei permissão
    Pra chegares assim
    E fazeres de mim
    Um poeta de ilusão

    Eu estava distante
    Tão distante de mim
    Quando chegastes assim
    Silenciosa menina

    Fernando Guimarães

    Dias que distam

    Esses dias que me consomem
    Me consomem a distância
    distam os dias da infância
    de quem o gostar não some

    E distam sem direção
    parece que vem de lá
    Chegam sem correção
    e se lá eu for buscar
    de lá não volto eu não

    Fernando Guimarães

    Saudade das Amoreiras





    Saudades daquelas insanidades


    desfrutadas ceias de felicidade



    Saudades daquele primeiro amor


    desfrutado em sonhos de torpor



    Saudades das amoreiras além mar


    desfrutadas pra eu me lambuzar



    Fernando Guimarães

    Os traços do inusitado

    Passeio pela noite
    em louco devaneio

    São doses oblíquas

    É a loucura da vida
    e dela não se esquiva

    É a paixão requintada
    e dela não se enfada

    É o recanto dos sonhos
    desses seres tão risonhos

    É a liberdade da alma
    de amar com toda calma

    É a paixão em cores
    dos poetas de Açores

    É a tinta do meu coração roubado
    são os traços do inusitado

    Fernando Guimarães

    O que nos faz humanos

    As palavras nunca serão suficientes prá traduzir as coisas verdadeiras que sentimos em sua intensidade.

    Elas podem nos dar apenas um sentido, mas é justamente a possibilidade de comunicar esse sentido que nos faz humanos.



    Fernando Guimarães

    Os castelos não falam com Deus




    Gritas o desfecho mais previsível
    aos pés dessa montanha intangível
    Esculpes teu passeio como convém
    mas tampouco bailas um vai e vem

    Não posso seus versos ouvir recitar
    Meus braços tampouco te podem levar
    Agora só a lembrança deste sonho belo

    Vivendo além das muralhas do seu castelo
    Resta-nos o infinito e seus horizontes
    estes sempre muito além dos frontes

    Fernando Guimarães

    Para chegar aos céus

    As Santas sussurravam
    enquanto os Demônios gemiam

    Seus corpos deliravam
    enquanto os lábios consumiam

    As almas se lançam ao inferno
    para chegar aos céus

    Fernando Guimarães

    A Flor do Pessegueiro




    Suave é a flor do pessegueiro
    o sol da manhã chegando
    e o seu mel sutil

    Intensa é a luz
    que as cores vai desvendando
    sem vistas ao roteiro de uma canção febril

    Pois eis que tão suave e tão intensa
    Tens em si os dois versos cantando
    Tu és a flor e a luz
    Mulher e poesia em meus sonhos mil

    Fernando Guimarães

    Shadia

    Suspirada em cores do mais fino brilho
    hoje tua lindeza flutua-me em delírio
    a manhã conservada em sonho serás senão
    desses que não se tem em vão
    incitado em tua morena revolução
    ao piscar dos meus és a paixão

    Fernando Guimarães

    Caldeirão das Artes na Faculdade Cantareira


    Johnny Boy, Fernando Guimarães e Nasi no Caldeirão das Artes

    Concurso Literário

    Tão feliz por ti eu sou, em namorar-te aos longos beijos, me entregando como cúmplice dos seus desejos, consumindo tanto amor, dia após dia, sem nunca deixar nada para amanhã.

    Fernando Guimarães

    Primeiro lugar no Concurso Literário promovido pelo Shopping Center Eldorado para o Dia dos Namorados em 2005
    (regulamento: declaração de amor em até trinta palavras / premiação: um ano de plano integral na Fórmula Academia)

    Sobre o vôo da borboleta



    No primeiro raio de sol, surge o vôo da borboleta que a manhã delira.
    A alada vai bailando e assim trançando feixes de luz que se curvam por sua beleza.

    Fernando Guimarães

    Menina Boleira



    Menina boleira
    sei que não tivestes a intenção
    de deixar minha alma em zoeira
    nem balançar a rede do meu coração

    Sei que sou só um gândula
    e escrever-te assim é muita pretensão
    mas não sou de fazer firula
    com tão louca sensação

    Se eu não fosse gândula
    gostaria de ser poeta como Quintana
    prá dizer-te sem censura
    tua lindeza é doidivana!

    Fernando Guimarães

    A Mocinha e o Bandido

    A noite é um passeio
    Um louco devaneio
    no veraneio da alma

    A mocinha na varanda
    O bandido na calçada

    Ela parece tão inocente...
    Enquanto ele se entrega
    com seu coração sequestrado

    Fernando Guimarães

    As Mulheres...




    Algumas mulheres possuem aquela beleza eu não possa compreender
    mas sempre encontrarão quem a possa traduzir.

    Outras são mulheres “Vitrine Viva”, aquelas cuja beleza é tão óbvia, tantas vezes unânime.
    O mal é que ela sabe que é a tal. Então ela perde seu encanto, a sua magia natural.
    Seu olhar, seja de felina ou angelical fica previsível.
    Uma manequim de presunção, de enfadonha sedução.
    Elas são facilmente encontráveis, basta ir a uma borracharia ou oficina mecânica.
    Sempre haverá um pôster.

    Mas há ainda as mais raras dentre as mulheres, as de “Divina Lindeza”,
    essas que são belas, sem ser unânimes.
    Mais que belas são lindas e sabem ser, quase sem querer.
    E quando escolho uma, sua lindeza me diz respeito de fora prá dentro e de dentro prá fora.
    Como reconhecer essa mulher?
    Por uma pintinha no rosto, ou onde só eu mesmo possa ver.

    Fernando Guimarães

    A Música do Besourinho

    Eu sou o besourinho
    e eu também posso voar
    mas quem me viu em repouso
    não podia acreditar

    Só que eu sou muito maroto
    e gosto mesmo é de brincar
    meu corpo é vantajoso
    mas não me impede de sonhar

    Eu sou o besourinho
    e eu também posso voar
    mas quem me viu em repouso
    não podia acreditar

    Só que eu sou muito maroto
    e gosto mesmo é de brincar
    meu corpo é vantajoso
    mas não me impede de sonhar

    Letra: Fernando Guimarães /Música: Luís Alberto

    A música da Joaninha

    Fernando Guimarães e Tom Zé no Caldeirão das Artes




    Eu gosto de falar no seu ouvido
    porque você é quem me tira os pés do chão

    Você é o meu sorriso
    meu bichinho pintadinho
    Você é quem me tira os pés do chão

    Você é o meu sorriso
    menininha tão sozinha
    Você é quem me tira os pés do chão


    Sol, sol, sol
    vem brilhar prá mim
    vem secar a chuvinha
    que caiu perto de mim


    Sol, sol, sol
    seja sempre assim
    porque você é a princesa
    do meu reino de capim


    Eu gosto de falar no seu ouvido
    porque você também tira os meus pés do chão

    Você é o meu sorriso
    meu bichinho pintadinho
    Você é quem me tira os pés do chão

    Você é o meu sorriso
    joaninha coitadinha
    você é quem me tira os pés do chão


    Sou, sou, sou
    sou a joaninha
    uso um pijama
    um pijama de bolinha

    Sou, sou, sou
    do tamanho de um dedão
    caibo, caibo, caibo
    dentro do seu coração


    Letra de Fernando Guimarães e Armindo Akira
    Música de Armindo Akira

    Jingle da Campanha Fernando Guimarães Vereador




    Chega de lero lero
    Nhenhenhém de vagolim
    Chega de zum zum zum
    Agora é tim tim por tim tim

    Agora é ...
    Tim tim por tim tim
    Agora sim
    Eu ando feliz

    Nosso vereador
    É Fernando Guimarães
    É Fernando Guimarães

    Letra e Música de Walter Franco

    A Música da Abelhinha

    Eu sou a abelhinha
    que vai pousar na sua flor
    e vai soprar no seu ouvido
    um beijinho de licor

    Eu sou a abelhinha
    que vai pousar na sua flor
    e vai soprar no seu ouvido
    um beijinho de licor

    Voa abelhinha,
    abelhinha voa
    voa, voa, sem parar

    Voa abelhinha, abelhinha voa
    e manda um beijo prá Zazá

    Letra e Melodia: Fernando Guimarães e Armindo Akira / Música: Armindo Akira

    Marcelo Nova e Fernando Guimarães no Mackenzie

    O Coordenador Artístico Marcelo Nova e o Coordenador Geral e idealizador Fernando Guimarães, apresentam o "Caldeirão das Artes" no Mackenzie, em noite que reuniu cerca de sete mil universitários no festival.

    Deusa Insensata

    Era densa como a mata
    Era deusa insensata...

    Doida dança tão inata
    Toda solta ela giras e assanha
    se atira e me infarta

    Fernando Guimarães

    Fuligens de Amor

    Notícias:

    Supersônicas naves aportam em ilhas humanas
    Mirabolantes humanóides derretem no verão

    Fuligens de amor
    ressucitam alucinadas
    em cabanas de miragem e sufoco

    Supersônicas naves partem
    levando poéticos
    de ilusão
    E sempre resta alguma dor
    mas nossa alma persiste fadada
    e sobrevive pouco a pouco
    em devaneios roucos
    e proféticos
    que rimam com o nosso pobre coração

    Fernando Guimarães

    Loucamaleoa



    Quando tua menina-flor
    canta de prazer
    Minha alma ora
    Em cor loucamaleoa
    E tua dança em mim ecoa

    Comungo teus seios
    Com o sangue das amoras
    Estas pequeninas que me remetem a meda
    Onde na infância por vezes tantas me lambuzei

    Envolto na névoa do prado
    Em cordas de fado
    onde sem conhecer-te contigo sonhei

    Fernando Guimarães

    Pronto pro suicídio

    Meu olhar rastreia a paisagem
    Daqui do mirante há quem delire
    Mas lá embaixo, tudo é só de passagem
    E quem duvidar que se atire

    Fernando Guimarães

    Beijo de Lichia




    Dentre as flores belas e estranhas que certificavam-me do caminho

    Encontrei um guepardo branco lambuzando-se da polpa das lichias

    No seu peito suportava um portentoso espinho rosado

    Para sangrar a saudade que aquele beijo ainda lhe consumia


    Fernando Guimarães

    Retalho

    Um pequeno retalho esquecido
    é o não classificado de um belo vestido

    Retalho rebeldia
    que as indulgências contraria
    em linhas tecidas do inusitado

    Fernando Guimarães

    Lírios Vermelhos




    Lírios são líricos delírios
    Destinados lírios por seu sorriso
    Delírios são doravante mistérios

    Lírios são vermelhos delírios
    Lírios em teu olhar preciso
    Delírios são etérios

    Lírios são devaneios e delírios
    Lírios são plumas em brasa da ave-do-paraíso
    Cujos delírios foram outrora oásis de colírios

    Fernando Guimarães

    Ao seu lado



    Ao seu lado sinto o tempo parar
    em alma cálida e estonteante
    como um peregrino sem passaporte
    no bosque inocente do seu olhar

    Fernando Guimarães

    O Palhaço Cego

    Conheci um palhaço cego
    que contava borboletas

    Por certo não precisava vê-las...

    Elas encantadas com sua alegria
    pousavam felizes sobre o seu nariz

    Fernando Guimarães

    Caldeirão das Artes no Mackenzie

    Fernando Guimarães, Ricardo Gaspa, André Jung, Marcelo Nova, Nasi e Edgard Scandurra

    São Sempre as Mesmas Nuvens



    As mesmas nuvens que hoje trazem a chuva fina em seu olhar, amanhã serão palco de um lindo por-do-sol que do seu coração vai despontar!

    Fernando Guimarães

    Amor a nossa Maneira

    Um óasis de volúpia...
    Como navegar por teus mistérios?
    Sob o sopro alienista?
    Em margens doidivanas?
    Por certo o destino é ingreme.
    Deveras!
    Estamos em rota de versos rasgados...
    Então, o que há de nos redimir
    de quaisquer pecados?
    Nada tão sofisticado...
    Que tal o luar?
    Amor a nossa maneira...
    Com goiabada caseira!

    Fernando Guimarães

    Colher de Pau na Mão

    Espiei pela janela
    e ali estava ela!

    Com os seios nus
    colher de pau na mão
    uma curta saia amarela
    e o aroma prazeroso
    da ambrosia na panela

    Fernando Guimarães

    Transe e Solidão

    Incansável em versos
    desgasto o carvão
    em passos cerzidos
    de transe e solidão

    Fernando Guimarães

    O Brilho das Estrelas que Partiram

    A mulher que dorme ao meu lado
    será a mesma que irá despertar?
    Sinto tuas garras cravadas
    no rastro de um cometa
    e morro nos teus olhos
    que ainda preservam
    o brilho das estrelas que partiram

    Fernando Guimarães

    Febre de Cores

    Foto: Yvan Laussel
    Reflexos da escuridão
    São o silêncio da noite

    Em sua selva meus gritos são em vão
    e a paisagem emudece
    com seu olhar de felina ferida

    Nos nossos lábios mora a sede do tempo perdido
    e as palavras dançam no sopro da montanha
    conservando meu coração em teu lago congelado

    Então eu sou a febre de cores
    que a primavera em suspiro virá buscar

    Fernando Guimarães

    Conhecer o outro

    Podemos conhecer metade de alguém nos primeiros instantes, basta conectar-se ao universo dos sentidos, olhar nos olhos, traduzir um sorriso, interpretar a tonalidade de uma voz, enxergar a sombra das palavras...
    A outra metade nem em uma vida inteira se conhece.
    E é melhor que assim seja!
    Fernando Guimarães

    Soa o sino sempre às seis

    Soa o sino sempre às seis.

    Assim, o pastor solicita a presença de seus fiéis na assistência dos sermões.

    São versos sagrados? Não.

    Eram salmos sacrificados e outras passagens sinistras, suprimidas dos seus pensamentos mais soturnos e sombrios.

    Suspiravam assim, na casa do Senhor, todos em suspense, com as histórias satânicas que não constavam nas escrituras de luz.
    Pastor era seu próprio personagem, mas sua suposta alma era de romancista e escritor.

    Fernando Guimarães

    Desejo Seco

























    Desejo seco
    no seu corpo vou de encontro
    mesmo quando não desejo crer

    Em breu, conto e encanto
    Sou um estranho em você

    Fernando Guimarães / Priscylla de Cássia

    Fernando Guimarães na Faculdade Oswaldo Cruz


    Fernando Guimarães apresenta para os estudantes o Caldeirão das Artes da Faculdade Oswaldo Cruz com show de Marcelo Nova

    Viajante Obstinado

    Louco por ser
    aos sonhos fadado
    viajante obstinado
    a procura de um amor
    não relutante

    E por tal não hei de padecer
    mas sentir-me recompensado
    por não ter a alma findado
    mas intensa de ardor incessante

    Fernando Guimarães

    Ancorada em Nuvens

    A noite se ancorava em nuvens
    onde sua alma sonhei em vinha
    e a sede fui eu

    Chovia ao céu
    e os teus olhos me abrigavam
    em jardim além da meia-noite

    Então eu sentia sua pele sem tocá-la
    e já bebia a sua canção
    diante do seu sorriso
    que me entorpecia como vocação

    A noite se ancorava em nuvens
    onde sua alma sonhei em vinha
    e a sede fui eu

    Quando menos esperava
    quando até mesmo
    desprovido de cores estava
    e só me restavam seus mistérios impiedosos
    apenas capazes de me oferecer
    o tudo ou o nada!

    Então me perdi em seus tons
    colei-me ao teu vivo retrato
    onde sua magia estava nua
    e a eternidade podia bailar em mim

    Diante da noite em nuvens ancorada
    esta que pertence aos náufragos...
    fechei os olhos e mergulhei,da proa em ti

    Com um beijo que se fada ao infinito
    e assim encontrei meu próprio tempo
    onde o destino se compõe em pétalas
    que se antecipam as nossas pegadas

    E a sede fui eu...

    Fernando Guimarães

    Quase Incontrolável

    Não és feita vitrine
    mas sim prisma
    que cega e imprime
    com ousadia e sina
    aos que tocados pelo inimaginável
    se rendem como eu
    por sua lindeza inata
    quase incontrolável

    Fernando Guimarães

    Lápis de cor


    Alcançam suas palavras
    em raios performáticos
    de inalcansável compreensão

    Tangem meus sonhos
    alucinantes paisagens
    que me remontam ao teu paraíso
    perdido em mim

    Nossos olhares fulgazes
    são cúmplices
    de tantos temores

    Por vezes apontadores
    por outras arqueiros do destino
    com lápis de cor

    Fernando Guimarães

    São sete olhares

    São sete olhares...

    O primeiro olhar é o da surpresa
    O segundo o do encanto
    O terceiro é puro desejo
    O quarto quer conquistar
    O quinto é quando acontece
    O sexto descobre o sentimento
    O sétimo revela o que somos

    E é justamente esse que se torna inesquecível
    quando somos saudades

    Fernando Guimarães

    Água e Fogo


    Me trazes no olhar em verso e onda
    ao leito do luar intangível

    Me rogas ao fogaréu
    que consome sem pressa
    delineando-me o céu
    incompreensível

    Como se eu pudesse...
    antes que eu soubesse
    nadaria tua alma
    em cantiga de água e fogo

    Fernando Guimarães

    Sobre o vento e as flores


    Se o vento derruba as flores, as flores também derrubam o vento.
    O primeiro gesto vence a aparente fragilidade ao tempo da natureza.
    O segundo é senão a generosidade que vence e perfuma, ao destino da natureza.

    Fernando Guimarães

    O sonho coletivo


    Sonho com a paz no mundo, com a fraternidade entre os homens, com a magia encontrada na generosidade, no olhar puro e no amor sincero. Isso se realiza na prática solidária do sonho coletivo no que ele possui de mais humano e transcedental.

    Fernando Guimarães